sexta-feira, 27 de abril de 2007

FILME >> 300 >> "IMAGÉTICO"


300 Inspirado nos quadrinhos de Frank Miller (Sin City) tem seu valor, mas vou me contentar em deixar algumas impressões pessoais do ponto de vista de um Leigo que não conhece a obra inspiradora, longe de qualquer pretensção.

O filme tem uma atmosfera diferente... ousa ao colocar personage
ns reais em cenários virtuais, uma fotofrafia bem diferenciada com uma trilha bacaninha que é exaltada em dois momentos do filme, um deles em uma parte da batalha onde o exército de esparta avança nas batidas de um hardcore, adorei isso. Outra parte interessante foi a resposta da mulher espartana ao seu traidor, a fala da cena é muito boa, mas não me lembro para mencioná-la aqui (algo como "vc não vai sentir prazer, não sou sua rainha" e introduz a lança em seu ventre como um órgão masculino). Quanto à atuação de Rodrigo Santoro vou reproduzir a fala de um crítico logo abaixo, mas acredito que o ator tem seus méritos e está conduzindo bem sua carreira internacional. No mais, achei o enredo fraco, mas um filme para VER.


Frank Miller


"De um lado os bravos saradões másculos, de discurso machista e pose gay. De outro os afetados persas, com Rodrigo Santoro fantasiado de drag-queen e falando como Darth Vader (sua voz foi manipulada no computador para ficar gutural), mais gay do que o travesti que encarnava em Carandiru. E entre eles um corcunda de Notre Dame, ou melhor, de Esparta, que depois de viver isolado tenta se integrar ao exército de Leônidas, numa situação clichê que antevê um desfecho mais clichê ainda para o filme." (Marcelo Janot)

# 300
EUA, 2007
Direção: ZACK SNYDER
Roteiro: ZACK SNYDER, KURT JOHNSTAD E MICHAEL GORDON, baseados na graphic novel de FRANK MILLER e LYNN VARLEY
Produção: MARK CANTON, BERNIE GOLDMANN, GIANNI NUNNARI e JEFFREY SILVER
Fotografia: LARRY FONG
Edição: WILLIAM HOY
Música: TYLER BATES
Elenco: GERARD BUTLER, RODRIGO SANTORO, LENA HEADEY, DOMINIC WEST
Duração: 117 min.
site: http://300themovie.warnerbros.com/



FILME >> 300

A cena mais lúdica e extasiante do filme na minha opinião. O espectador fica sem fala, sem pensar, sem entender e sente a cena.

FILME >> 300




CENA DO GRAPHIC NOVEL DE FRANK MILLER E CENA CORRESPONDENTE NO FILME 300


quinta-feira, 19 de abril de 2007

FUNDO DO BAÚ - LIVRO


CARTA A MEU PAI
Franz Kafka

"Em alguns casos não se chegava a uma reconciliação real; mamãe somente me protegia em segredo, concedendo-me sigilosamente alguma coisa; então era outra vez o ser que foge à luz, o embusteiro, o culpado consciente que, devido a sua nulidade, devia alcançar por meios ilícitos o que em direito lhe correspondia. Como é de se supor acostumei-me a procurar também por esse meio aquilo que, ainda em minha opinião, não me correspondia. E isso aumentava de novo o meu sentimento de culpa"

PS.: POST PATROCINADO por uma pessoa especial que me emprestou esse livro.

quarta-feira, 18 de abril de 2007

DVD - BEFORE SUNSET


“Sinto que não esqueço as pessoas com as quais estive... porque cada uma tem qualidades específicas. Não dá para substituir ninguém. O que foi perdido está perdido.

Cada relacionamento que termina me magoa. Nunca me recupero, Por isso, tenho cuidado quando me envolvo com alguém, porque dói demais...

... Vejo pequenos detalhes específicos de cada coisa que me comovem e sinto saudades deles depois...

Não se pode substituir ninguém porque todo mundo é uma soma de pequenos e belos detalhes”




Vale a pena vasculhar o catálogo da locadora e assistir Antes do Amanhecer e Antes do Pôr do Sol. Nesse caso a continuação se supera. Mega ultra fofo e diálogos densos. Dá uma olhada nesse vídeo, a protagonista toca uma valsa linda.

Valsa (play)

"Waltz"

Vou lhe cantar uma valsa
Que saiu do nada
Dos meus pensamentos

Vou lhe cantar uma valsa
Sobre um caso de uma noite

Você foi meu naquela noite
Foi tudo que sonhei
A vida inteira

Mas agora você se foi
Você foi para longe

Para você foi apenas
Um caso de uma noite
Mas para mim você foi muito mais
Só para você saber

O que disserem
Pouco me importa
Sei o que você foi
Para mim naquele dia

Só quero tentar de novo
Só quero mais uma noite
Mesmo se não der certo
Você significou muito mais

Do que qualquer outro
Que eu já conheci

Uma noite com você
Pequeno Jesse
Vale mais do que mil
Com outro qualquer

Não estou amargurada, amor
Jamais esquecerei
Este caso de uma noite

Mesmo amanhã nos braços de outro
Meu coração será seu
Até quando eu morrer

Vou lhe cantar uma valsa
Que saiu do nada
Da minha tristeza

Vou lhe cantar uma valsa
Sobre aquela noite maravilhosa

terça-feira, 17 de abril de 2007

Ainda é cedo amor



Clique na imagem para vizualizar melhor

VAI LÁ!

ANGENOR DE OLIVEIRA – CARTOLA

Um dos depoimentos que mais me impressionaram no filme é este logo abaixo onde fica explícito a inocência e a humildade desse grande homem de muito talento. Observando essa vida de luta é inevitável refletir sobre o preconceito. Cartola foi se rven te de pedreiro e lavador de carros, um trabalhador braçal de poucos recursos financeiros, mas com uma riqueza absurda de poesia e sensibilidade que contribuiu muito para música brasileira com uma vasta obra atemporal que nos emociona a cada verso e a cada nota. O filme Cartola pa rece ser uma homenagem.


"Um dia apareceu lá no morro o Mário Reis, querendo comprar uma música. Estava com outro rapaz, que veio falar comigo. 'O Mário Reis está aí e quer comprar um samba teu'. Fiquei surpreso: 'O quê? Querendo comprar samba, você está maluco? Não vendo coisa nenhuma'. No dia seguinte ele voltou e me levou até o Mário Reis. Ele confirmou. 'É, Cartola, quero gravar um samba seu. Fique tranqüilo, seu nome vai aparecer direitinho. Quanto você quer por ele?' Pensei em pedir uns 50 mil réis. O outro rapaz falou baixinho: 'Pede uns 500 mil'. Eu disse: 'Você está louco, o homem não vai dar tudo isso'. Com muito medo, pedi os 500 mil. Em 1932, era muito dinheiro. O Mário Reis respondeu: 'Então eu dou 300 mil réis, está bom para você?'. Bom, ele comprou o samba mas não gravou. Quem acabou gra

vando foi o Chico Alves."
Depoimento de Cartola sobre o samba "Que infeliz sorte", ao programa MPB Especial (direção de Fernando Faro) - TV Cultura, 1973

"Cartola e eu nos conhecíamos desde crianças, vivíamos ali no morro. Ele saía num bloco e eu em outro. Depois ele fundou a Mangueira e eu comecei a sair nela. Cartola casou-se com uma moça e eu também casei com outro rapaz. Saí do morro e ficamos muito tempo longe um do outro. Mais tarde eu fiquei viúva, ele também. Um dia nos reencontramos na casa da minha irmã. Ele jogou aquele papinho dele, eu também estava à toa, e daí estamos juntos até hoje".
Depoimento de dona Zica ao programa MBP Especial (direção de Fernando Faro) - TV Cultura, 1973

Assista o Trailler (uma das partes mais emocionantes do filme – Cartola canta “O Mundo é Moinho” para seu pai)

Discografia

quinta-feira, 5 de abril de 2007

Arte Contemporânea – Brasil

Quem foi à Exposição Itaú Contemporâneo – Arte no Brasil 1981-2006 pôde ler todos os textos maravilhosos que acompanhavam a exposição. Um dos meus preferidos está reproduzido logo abaixo:


A SEDUÇÃO DE TODOS OS SENTIDOS


Se todas as obras de arte dignas do nome seduzem os sentidos (e a razão), por que designar algumas em particular sob esse rótulo? Porque algumas insistem mais fortemente em mostrar-se como obras do desejo, muito mais e muito antes da necessidade.

As palavras dos artistas, referindo-se as suas obras, são aqui tão expressivas quanto as formas que propõem: Carmela Gross fala em inchaço cromático, pintura engordecida; Paul Valèry, referindo-se à Venus de Urbino, de Ticiano, disse que naquele caso pintar foi acariciar; Ernesto Neto menciona o corpo da janela; Ana Tavares, as armadilhas para os sentidos. E Regina Silveira apresenta sua escada virtual como uma vertigem da descida... A paixão da vertigem, como outras, seduz.

A arte didática resulta da necessidade. Leva para o foco, faz convergir. As obras mais inexplicáveis seduzem – quer dizer, etimologicamente, levam para o lado. Afastam da linha. Tiram de foco. Tiram do sério, como se diz. (Como o desejo.)