segunda-feira, 25 de maio de 2009

"O Início, O Fim e o Meio”

Um pouco de ordem para o sentimento
Curinga pra vida embaralhada
3 canções e
UMA INVERTIDA

Ingredientes da roleta russa

De nada seria vantajoso
ordenar o dia
se a noite chega faceira
na dualidade do instante
GARANTE

Garante a culpa lá na frente
do momento inconsequente
inconsciente do Início
certo do Fim.

O que eu quero?

Um curinga pra vida
para mudar o jogo
para limpar o lodo
pra inverter a ordem
para reconhecer o amor
a tempo e contento.

(Meliane Moraes)

Primeiro Ato >> Remix nãoooooo, antenção oficial na mesma página.





Vamos brindar a vida e nos abraçar bem forte
Esta noite:
Ascende
Descende

quinta-feira, 14 de maio de 2009

DOSE DE POESIA.. É CLARO QUE EU TÔ AFIM

Desdobramento de Adalgisa

Os homens preferem duas.
Nenhum amor isolado
Habita o rei Salomão
E seu amplo coração.
Meu rei, a vossa Adalgisa
Virou duas diferentes
Para mais a adorardes.

Sou loura, trêmula, blândula
E morena esfogueteada.
Ando na rua a meu lado,
Colho bocas, olhos, dedos
Pela esquerda e pela direita.
Alguns mal sabem escolher,
Outros misturam depressa
Perna de uma, braço de outra,
E o indiviso sexo aspiram,
Como se as duas fossem uma,
Quando é uma que são duas.

Adalgisa e Adaljosa,
Parti-me para vosso amor
Que tem tantas direções
E em nenhuma se define
Mas em todas se resume.
Saberei multiplicar-me
E em cada praia tereis
Dois, três, quatro, sete corpos
De Adalgisa, a lisa, fria
E quente e áspera Adalgisa,
Numerosa qual Amor.

Se fugirdes para a floresta,
Serei cipó, lagarto, cobra,
Eco de grota na tarde,
Ou serei a humilde folha,
Sombra tímida, silêncio
Entre duas pedras. E o rei
Que se enfarou de Adalgisa
Ainda mais se adalgisará.

Se voardes, se descerdes
Mil pés abaixo do solo,
Se vos matardes alfim,
Serei ar de respiração,
Serei tiro de pistola,
Veneno, corda, Adalgisa,
Adalgisa eterna, os olhos
Luzindo sobre o cadáver.

Sou Adalgisa de fato,
Pensais que sou minha irmã
Ou que me espelho no espelho.
Amai-me e não repareis!
Uma Adalgisa traída
Presto se vinga da outra.
Eu mesma não me limito:
Se viro o rosto me encontro,
Quatro pernas, quatro braços,
Duas cinturas e um
Só desejo de amar.
Sou a quádrupla Adalgisa,
Sou a múltipla, sou a única
E analgésica Adalgisa.
Sorvei-me, gastai-me e ide.
Para onde quer que vades,
O mundo é só Adalgisa.

(Carlos Drummond de Andrade)

Ps.: Todas já foram meninas, agora não mais. MULHERES.

sexta-feira, 8 de maio de 2009

PAPO RETO

Possibilidades tracejadas
entre questões exacerbadas
Esquerda, sempre à esquerda
Desvio e me perco em sentimento
Sem saída, talvez traída,
Com toda certeza, atraída
Baixo a guarda,
retorno e avanço
Somos equidistantes
Equivalentes
Em que ponto? Papo reto
Tropeço
Olho e espero a linha se confirmar
Acordo e me deito pronta
para recomeçar.

(Meliane Moraes)


Inpirada em QUASE NADA (Qual o pedaço da sua estrada no meu caminho?).



"minha alma de sonhar-te
anda perdida
meus olhos andam cegos
de te ver"