“Não aprendemos à aprender. Não nos tornamos aprendizes porque não fomos despertados, porque não houve quem tivesse o prazer e o entusiasmo de ensinar. Não houve quem nos encantasse com a magia do novo, da descoberta, do desconhecido. Não houve quem nos colocasse no caminho da busca pelo conhecimento e que fizesse emergir em nós o prazer em aprender.
Quem ama o conhecimento se enche de alegria ao transmiti-lo, tem entusiasmo e é entusiasta. Quem ama o conhecimento não o impõe a ninguém, e não o torna obrigatório, mas desperta no outro o prazer de descobri-lo.
Ao perguntar a alguns colegas porque estavam na escola, responderam-me basicamente: “Porque tenho que ter o diploma de segundo grau completo pra arranjar um emprego.” Por que para esses jovens (milhares de jovens) a escola se resume a um diploma? Então a escola serve só para isso, para um diploma? Não para provar conhecimento?
Os alunos não sabem por que estudam. Não sabem por que saem de suas casas para ir a escola. Não sabem o sentido de sentar diante de um professor e ouvir, nem o que fazer com o estão ouvindo, simplesmente ouvem (quando param para ouvir).
Que educadores são esses que deixaram esses alunos pensarem que a escola serve somente para ter um diploma e assim ter um emprego? Onde está o amor dessas pessoas pelo que fazem?
Passar o conhecimento é como saborear deliciosamente uma fruta madura, dessas bem docinhas, com o prazer de comê-la sendo tirada por si direta do pé. Quem realmente sente o sabor e se delicia quando come não a oferece de qualquer forma ao outro, mas deixa transparecer em si o prazer de tê-la saboreado e sabe a melhor forma de despertar no outro o desejo de comê-la.
Educadores que foram ao pé pegaram a fruta, saborearam, e souberam como despertar no outro a vontade de comer existem. Mas é necessário urgentemente que se multipliquem, pois existem mais daqueles que comem rápido, saciam a fome e não sabem o que estão comendo.
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